segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Aleatoriedades.

Relatos cotidianos e não tão cotidianos assim.

Certos fatos acontecem a nós para provar coisas sobre nós mesmos. Outros acontecem simplesmente para te dar um tapa na cara, um chute nas canelas.
Acontece que há aproximadamente 2 semanas que um episódio me deixou com nojo extremo da minha pessoa. Esse tipo de episódio tira de mim qualquer esperança de querer acreditar que as pessoas tem algum tipo de bom senso. Isso me fez pensar: Será mesmo que existem pessoas que usam as outras como um trampolim emocional? Quero dizer, usam as pessoas pra se sentirem melhores, pra não se sentirem "perdedores" por quê estão sozinhos ou sei lá o que?
"Chega uma hora na vida que a gente tem que tentar, né."
Por favor. Que nojo. Tentar o que, meu caro? Tenho cara do que? Só por quê eu nasci num maldito corpo de mulher, as pessoa acha que pode dizer um absurdo desses? Que nojo. Que nojo. Só isso que tenho a dizer.
Isso só me fez ter mais certeza: Eu não sou do gênero feminino.
E isso tem sido um bom exercício. Uma vez que você aprende mais sobre si, você para de fazer suposições sobre as outras pessoas. Uma maior busca de compreensão sobre si mesmo tem esse efeito: Você se importar mais consigo, e pára de julgar a vida alheia. Pouco a pouco, estou tentando me entender, tentando entender por quê eu sou assim, o que me levou a ser assim. Qualquer dia desses eu farei uma experiência, e escrevei um relato sobre.

Outra coisa.

Conceitos de masculino e feminino sempre foram muito tediosos e desnecessários para mim. Idem machismo e feminismo. Para mim todos são seres humanos e fazem o que bem entendem, podem perfeitamente fazer qualquer coisa, sem essa rotulação de "isso é de meninos, isso é de meninas." Isso me entedia profundamente.

Acho que era só isso que eu tinha para escrever hoje.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O que é Neutrois?

"Espero que você mantenha seu blog, pois essas informações não estão disponíveis em muitos idiomas, mas deveriam estar."

E isso é um fato que eu constatei enquanto procurava informações sobre Neutrois/Gênero Neutro em português. Encontrei vários sites e blogs sobre transgênero FTM e MTF, mas pouca informação sobre neutrois. Talvez eu tenha procurado errado, talvez não, mas eu espero que meus posts possam ser encontrados por alguém e serem úteis, assim como eu encontrei o Neutrois Nonsense (http://neutrois.me).

O que é neutrois

Neutrois cai sob a definição de "genderqueer", ou seja, quaisquer identidade de gênero que não se encaixam na dicotomia do masculino/feminino (gêneros não-binários). Quaisquer identidade que tendam mais para um lado ou para outro, aquelas que não tem tendência nenhuma ou que variam entre esses dois extremos podem ser chamados de Genderqueer.  O meu foco aqui é o Neutrois.
Neutrois são aqueles que não se correlacionam com o gênero feminino e nem com o masculino. Seja por não se identificarem com o gênero atribuído no nascimento (do inglês: Gender Assigned at Birth, sigla: GAAB) ou por destoarem dos modelos sociais se cada gênero ou por quaisquer outros motivos, afinal cada indivíduo é único, portanto são também suas razões.
Alguns neutrois se definem como "sem gênero", já outros enxergam o neutrois como um terceiro gênero.

A pessoa neutrois não necessariamente precisa passar por procedimentos cirúrgicos ou por terapia hormonal. É o mesmo caso das pessoas trans* que migram de um gênero para o outro: Nem todos optam pela transição completa, já que alguns se sentem felizes só com a terapia hormonal, outros consideram um risco de saúde desnecessário ou não podem bancar o procedimento.
Alguns se questionam "E a disforia?"
Eis aí outra questão que parece nebulosa, mas é de fato simples: Você não precisa ter passado por uma disforia grave, seja ela social ou física para querer uma transição ou então se descobrir como transgênero. Alguns não se alinham com o seu GAAB, mas não sentem necessidade de transicionar fisicamente. Alguns assumem uma expressão mais adequada ao seu eu interior.

A descoberta da identidade é algo pessoal e único, portanto não é possível falar sobre todas as identidades, já que ela diz respeito apenas ao próprio indivíduo e essa jornada deve ser trilhada com grande paciência e compreensão. Descobrir coisas novas nem sempre é uma experiência agradável, muitas descobertas causam medo, assustam, mas tudo deve ter o seu tempo. Buscar informações, compreensão e apoio é apenas o início.